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A mostrar mensagens de junho, 2020

24 junho

Hoje é o dia em que podia ter nascido... ou chamuscado a cabeça, pelo menos. Isto, de acordo com o que me contam, vai fazer 43 anos. Segundo reza a história, por esta altura há 43 anos, estava a minha mãe grávida de 42 semanas. Não havia cá ecografias mas ao que parece o dedo dizia-lhe que havia de sair “gaja” na lotaria.  Ora, 24 de junho é dia de arraial! E seja ou não tradicional do Porto, no Olival Basto também se comemorava. Ou não fosse uma típica vila alfacinha.  Fogueira alta, música a tocar e a minha mãe e achou por bem não perder a festa.  Disseram-lhe que se saltasse a fogueira era capaz de acelerar o parto e, confiando nessa informação claramente segura e científica, a senhora minha mãe, jovem e ansiosa por ter o seu bebê nos braços, assim fez! Não uma, não duas, mas as vezes que lhe aprouve saltar! Felizmente não houve quedas, nem houve qualquer dano ( parem de rir, se faça favor). Eu, do contra já na altura, finquei as mãos onde consegui e recusei-me a sair! Qual partilha

Momento “top” do dia

Durante um agradável momento de convívio em casa de um casal amigo, as crianças brincam, os adolescentes jogam. A anfitriã pega numa toalha de mesa e brinca com o facto de ter gente em casa: - Até vou usar a toalha dos convidados! A Maggie, que brincava com a a M., levanta os olhinhos e exclama feliz: - Vamos ter convidados?!?! Risada geral. 😆 Quando a tua filhota de 5 anos se sente tão à vontade com alguém que não percebe que os convidados somos nós, isso diz muito sobre os nossos amigos ❤️ Somos abençoados! 

Se não for da doença, vai ser da cura.

De hoje a 4 dias completam-se 3 meses desde que estamos em casa. Há já uma rotina criada, ajustada, readaptada às novas realidades de cada um de nós. Já sei os dias que tenho que dar aulas no quarto porque na sala há demasiadas atividades em simultâneo. Já conheço as vozes de grande parte dos interlucutores diários do meu marido... Já (quase) todos se habituaram a colocar no quadro do frigorifico as reuniões, trabalhos e aulas que vão ter - só com horários a malta se entende. Maravilhoso no meio do caos, as refeições, ainda que às vezes a correr, todos juntos à mesa. Nunca tinhamos conseguido almoçar os 5 juntos mais de 20 dias seguidos. É ridiculo, não é? Se quantificarmos as coisas, foi preciso uma pandemia deste nível, para nos confinar a todos  verdadeiramente em família. Juntos. Não em férias, mas num bigbrother sem cameras, 24 sobre 24 horas todos juntos.  Não sei se temos "vivido" ou sobrevivido. Houve dias de perfeita loucura, em que nada corre bem, tudo parece conspi

15 dias

E ainda não conheço a princesa mais nova. Há 3 meses que não dou um abraço bom na minha afilhada doce. 90 e poucos dias, desde que vi o meu sobrinho... Pensar: "é por uma boa causa"  não me apazigua a alma...

E assim reabriram as creches

Ao fim destes meses em confinamento, sinto que algo começa a estalar em mim. Não um quebrar visível,  não há o som cristalino do copo de vidro que cai da bancada e se estilhaça no chão. Será antes como uma fissura... uma pequenina fissura, que mal se vê, que não deixa verter água, mas que existe, e aos poucos, tenta crescer. Uma fissura que sinto mas tento ignorar.  Não posso dar-me ao luxo de a tornar visível, é preciso continuar funcional. Mas ela está lá. Não todos os dias, não a toda a hora, mas em pequenos gestos ou situações.  Quando toda esta situação nos atirou para casa, numa quarentena generalizada, havia medo, havia ansiedade. Havia toda uma situação desconhecida que destabilizou a realidade conhecída e nos obrigou,  a todos, a descobrir e criar novas regras. Tele-aulas, Tele-escola, Teletrabalho, Família junta 24*7, Famíliares afastados apesar da presença do video. Com mais ou menos resistência, todos encontramos um ponto de equilibrio e, durante semanas, fomos heróis e her