Sobre as tradições
Sábado, 7:10de uma manhã fria:
-Mãe! Vamos montar a árvore de natal! Vamos? Anda, acorda mãe!!!
Estremunhada, entro nos chinelos de pelúcia, os pés ainda no onírico de onde fui abrutamente arrancada.
7:45 - Roupões vestidos, Pequeno almoço tomado, começamos a deslaçar as mortalhadas fitas que envolveram o moribundo natal de há 12 meses... Em piloto automático, entre uns “põe os Ninjagos”, “não consigo tirar a roupa a boneca”, “oh mãe olha o Ozzy” e “ a Guida bateu-me” começamos a levantar o esqueleto artificial do “pinheiro” de natal. De Pinheiro pouco tem, farrapos de plástico e propileno sem o cheiro pungente e acre que nos enchia as narinas em
Miúdos durante a época natalícia...
Há um quê de magia em montar a árvore de natal com os filhotes e (e o gato) à nossa volta, ajudando com todo o entusiasmo a espalhar as decorações pela sala e fazendo questão de montar o puzzle dos Ramos na ordem errada...
3 filas de Ramos estão já em riste, a espera das fitas e bolas que vão encantar os miúdos nas próximas semanas. Preparo-me para lhe dedicar mais uma extensão quando, qual anciã desencantada com a vida, a árvore se desmorona ante os nossos olhos. Seria poético, não fossem as tiras de plástico a saltar, o gato assustado pulando pelos móveis qual bola de pinbal e os miúdos em pranto ante a visão do Natal esparramado na sala...
Sábado, 8:59, de uma manhã onde o sol começa a despontar.... quem diria que o hipermercado já tem tanta gente a esta
Hora?
O pinheiro morto jaz no contentor e um novo segue na bagageira, a caminho de casa.
Os miúdos saltitam com a excitação.
Eu, fazendo jus à tradição portuguesa, vou imersa em reminiscências... Quebrou-se um ciclo de 14 anos.
A nossa árvore primeira, o nosso primeiro natal; o primeiro natal do Alexandre, todas as consoadas que viveu connosco, em que partilhou as nossas conversas, a nossa família...
Eles não entendem a minha nostalgia. É só um pedaço de plástico, certo? Um pedaço com 14 anos de história...
11:00- a sala parece um jogo de Mikado. Fitas, enfeites e Ramos. Retomamos o projeto iniciado de manhã. Chamo os filhotes todos à sala. Os 5, colocamos a estrela. Comecemos um novo ciclo. Esta é a nossa árvore. Que acompanhe muitos natais felizes.
#rakieleosminions;#os5;#rakieldo
Sábado, 7:10de uma manhã fria:
-Mãe! Vamos montar a árvore de natal! Vamos? Anda, acorda mãe!!!
Estremunhada, entro nos chinelos de pelúcia, os pés ainda no onírico de onde fui abrutamente arrancada.
7:45 - Roupões vestidos, Pequeno almoço tomado, começamos a deslaçar as mortalhadas fitas que envolveram o moribundo natal de há 12 meses... Em piloto automático, entre uns “põe os Ninjagos”, “não consigo tirar a roupa a boneca”, “oh mãe olha o Ozzy” e “ a Guida bateu-me” começamos a levantar o esqueleto artificial do “pinheiro” de natal. De Pinheiro pouco tem, farrapos de plástico e propileno sem o cheiro pungente e acre que nos enchia as narinas em
Miúdos durante a época natalícia...
Há um quê de magia em montar a árvore de natal com os filhotes e (e o gato) à nossa volta, ajudando com todo o entusiasmo a espalhar as decorações pela sala e fazendo questão de montar o puzzle dos Ramos na ordem errada...
3 filas de Ramos estão já em riste, a espera das fitas e bolas que vão encantar os miúdos nas próximas semanas. Preparo-me para lhe dedicar mais uma extensão quando, qual anciã desencantada com a vida, a árvore se desmorona ante os nossos olhos. Seria poético, não fossem as tiras de plástico a saltar, o gato assustado pulando pelos móveis qual bola de pinbal e os miúdos em pranto ante a visão do Natal esparramado na sala...
Sábado, 8:59, de uma manhã onde o sol começa a despontar.... quem diria que o hipermercado já tem tanta gente a esta
Hora?
O pinheiro morto jaz no contentor e um novo segue na bagageira, a caminho de casa.
Os miúdos saltitam com a excitação.
Eu, fazendo jus à tradição portuguesa, vou imersa em reminiscências... Quebrou-se um ciclo de 14 anos.
A nossa árvore primeira, o nosso primeiro natal; o primeiro natal do Alexandre, todas as consoadas que viveu connosco, em que partilhou as nossas conversas, a nossa família...
Eles não entendem a minha nostalgia. É só um pedaço de plástico, certo? Um pedaço com 14 anos de história...
11:00- a sala parece um jogo de Mikado. Fitas, enfeites e Ramos. Retomamos o projeto iniciado de manhã. Chamo os filhotes todos à sala. Os 5, colocamos a estrela. Comecemos um novo ciclo. Esta é a nossa árvore. Que acompanhe muitos natais felizes.
#rakieleosminions;#os5;#rakieldo
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