3 de janeiro de 2025. :(
O ano de 2024 foi duro. Trouxe-nos palavras feias, realidades pesadas, medos que não sabíamos nomear.
Terminámos o ano com votos de saúde, desejos de melhoras, esperança — esperança num ano mais leve, com mais luz.
Mas na primeira semana, tiram-nos o chão. E lembram-nos, com brutalidade, que somos tão frágeis.
Tenho tanta, tanta pena, Dulce.
Ninguém está preparado para ver partir quem ama. Nunca é tempo. É sempre cedo demais. Mas no seu caso… foi mesmo cedo demais.
Fiel a si mesma, minha sogra querida. Sem avisos, sem rodeios. Como viveu, decidiu. E foi.
Que tenha ido em paz. Nós estamos tristes. A tentar encontrar consolo no bom que vivemos. Os seus filhos, o seu marido... os seus netos... a paz virá, mas para já, há o desconsolo e a não aceitação...
E eu, eu também. Vou sentir profundamente a falta do seu toque, da sua voz firme, sempre direta mas cheia de paz.
Sinto uma tristeza imensa por não poder continuar a vê-la acompanhar a linda família que nasceu de si.
Os seus netos ficam mais pobres. Nós todos ficamos.
Mas mesmo na dor, há certezas.
A certeza de que o amor esteve sempre presente.
Somos uma família de amor. E a Dulce sempre o soube. Sentiu-o, deu-o de volta — com um sorriso constante, com gestos de cuidado, com a mão suave que tantas vezes pousou sobre nós.
Gosto tanto de si.
Vou sentir imensamente a sua falta física.
Mas em espírito… sei que segue connosco.
Até um dia, Dulce.
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