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Quarentena - dia 7


Amanhã será quinta feira dia 19 de Março.

Podia ser um post com a referência ao dia do pai.

Mas será o dia 7

O sétimo dia de uma quarentena social que estamos a viver.

No dia 13 de Março, que por auspiciosa coincidência calhou ser uma sexta feira, o Estado português decretou o encerramento de todas as escolas em território nacional.

O país entrou numa especie de letargia em que aos poucos, cada um se recolheu a casa, em família. A noção de se evitar o contato social gerou uma paranóia coletiva em que todos olham os demais como potenciais portadores do virus.

Aconselha-se a reclusão social e uma quarentena quinzenal, em casa, atentos a sintomas de risco. Todos são portadores até prova em contrario - ecoa na tua cabeça...

Vamos, todos juntos, combater este inimigo! Vamos ficar todos bem! -  As palavras de ordem, os chavões otimistas, não nos preparam para o que o isolamento implica.

Que sonho! Poder ficar em casa e não ter que sair!
O luxo de poder ter uma quinzena só eu, o marido e os filhos,fora do periodo de férias e ainda por cima, sem sair de casa...

Doce ingenuídade.
Faltou explicar que nesse sonho trabalhamos à mesma. De casa, mas com o dobro do esforço. Que toda a conjetura que nos trouxe para casa, tornou o nosso trabalho duplamente exigente... Faltou a consciência que iríamos estar a trabalhar com as crianças ao pé, a pedir àgua, comer, atenção, o básico.

Faltou lembrar que os pequenos precisam queimar energias. Que todo dia fechados em casa em menos de nada se cansam, se frustram, se zangam uns com os outros.

Que nós nos cansamos, frustramos, zangamos porque não conseguímos fazer o que precisamos, ao ritmo que precisamos.

Estamos no quarto dia. Os primeiros dois foram confusos, extenuantes e muito frustrantes. Na ânsia de manter o regime de normalidade laboral, a vida familiar foi caótica. O fim do dia trouxe, além da fadiga física e mental, o desapontamento de não ter sido a mãe que gosto de ser. 

É um processo novo, de ajustamento. Uma adaptação forçada, a uma realidade que não pensámos viver.

Mas estou grata.
Mesmo com todo o cansaço, com todo o desgaste, eu estou, nós estamos, numa aparente bolha protetora. Para já, estamos em casa. Todos. Seguros.

E assim, tudo o resto se torna obsoleto, irrisório, irrelevante.
Daqui a  umas horas, quando acordarem, para os meus minions será dia do pai.

Na sua inocência, o mundo lá fora, com os seus coronavirus, não interessa.
Porque nós, os pais, somos o mundo que importa. E connosco, estão seguros.

Por isso, por eles, amanhã, não há preocupações com vírus Covid-19.
Não há pandemias nem medos do que pode vir a ser.
Amanhã, será dia do pai e vamos estar felizes, por estarmos juntos, os 5!


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