Passou quase um mês desde que aqui estive.
Tanto tem acontecido nestes últimos meses, que tenho debatido o dilema deambular o asunto.
Na verdade, tenho convivido o dilema de saber como viver o assunto.
Têm sido dias de incerteza, de dúvida, e de medo. Sobretudo medo.
Esta Pandemia do Corona Vírus traz-nos a uma situação inédita. Toda uma experiência social inédita.
O sonho de poder ficar em casa sem ter que pôr um pé na rua, revela-se um pesadelo quando vira real.
Esta é uma realidade retirada da ficção. As séries televisivas, os filmes apocalípticos de um flagelo para a Humanidade, os Ensaios Sobre a Cegueira e as Pandemias Hollywoodescas convergiram num guião muito mais assustador, imprevisível porque não se escreveu ainda o fim.
Um vírus, surgido a milhares de km, afeta uma pessoa… e em três meses, espalhou-se, deu a volta ao mundo, e reduz a nada todo seu diâmetro. Aquilo que era em dezembro um caso raro e estranho, de um vírus mortal que estava a dizimar uma localidade algures na Ásia, aparece no nosso quintal, pouco depois, expondo o quão próximos estamos uns dos outros.
Vimos aos poucos, esse inimigo invisível aproximar-se, passar fronteiras, cada vez mais perto, mas ainda não aqui. Cada vez mais mortífero, mas ainda a uma distância segura.
Até ao dia em que nos atinge. Depois de semanas em pânico de que o vírus chegasse à nossa porta, após dias de ansiedade sobre cada um dos resultados de análises a suspeitos. Ao fim de semanas, chegou “finalmente” o primeiro positivo. Foi quase um expirar de alívio nacional. Tantas análises e nenhuma positiva? Quase todos os países vizinhos já assoberbados com casos e óbitos e um pandemónio generalizado e nós a brincar. Depois do pavor de que cá chegasse, acho que o país aceitou o visitante não convidado, com uma ataraxia aparente. Isto para não dizer, que houve quase uma exultação por já não sermos diferentes dos outros. Passe a piada, que não tem nenhuma.
Um caso, dois, dez… pouco a pouco, numa teia de fingido controle. Uma simulação de normalidade, em que cada um de nós seguiu o seu dia a dia, meio alertados, mas sem especiais medidas de contenção.
Lavar as mãos, evitar contactos, lavar as mãos, não mexer nas mucosas… As crianças não apanham, isto é só uma gripe forte, vamos manter a calma. Se for para entrar em pânico nós avisamos. E assim se tenta, Estado, média, controlar o povinho. Manter as aparências. Evoluiu. Não sei bem precisar quando passámos do isto é uma gripe, para onde estamos agora.
O filme saiu da tv.
Vivo uma realidade que nunca imaginei. Uma realidade que os meus filhos estudarão daqui a uns anos nos livros de História. Espero chegar à idade de poder contar a minha experiência desta realidade.
Tanto tem acontecido nestes últimos meses, que tenho debatido o dilema deambular o asunto.
Na verdade, tenho convivido o dilema de saber como viver o assunto.
Têm sido dias de incerteza, de dúvida, e de medo. Sobretudo medo.
Esta Pandemia do Corona Vírus traz-nos a uma situação inédita. Toda uma experiência social inédita.
O sonho de poder ficar em casa sem ter que pôr um pé na rua, revela-se um pesadelo quando vira real.
Esta é uma realidade retirada da ficção. As séries televisivas, os filmes apocalípticos de um flagelo para a Humanidade, os Ensaios Sobre a Cegueira e as Pandemias Hollywoodescas convergiram num guião muito mais assustador, imprevisível porque não se escreveu ainda o fim.
Um vírus, surgido a milhares de km, afeta uma pessoa… e em três meses, espalhou-se, deu a volta ao mundo, e reduz a nada todo seu diâmetro. Aquilo que era em dezembro um caso raro e estranho, de um vírus mortal que estava a dizimar uma localidade algures na Ásia, aparece no nosso quintal, pouco depois, expondo o quão próximos estamos uns dos outros.
Vimos aos poucos, esse inimigo invisível aproximar-se, passar fronteiras, cada vez mais perto, mas ainda não aqui. Cada vez mais mortífero, mas ainda a uma distância segura.
Até ao dia em que nos atinge. Depois de semanas em pânico de que o vírus chegasse à nossa porta, após dias de ansiedade sobre cada um dos resultados de análises a suspeitos. Ao fim de semanas, chegou “finalmente” o primeiro positivo. Foi quase um expirar de alívio nacional. Tantas análises e nenhuma positiva? Quase todos os países vizinhos já assoberbados com casos e óbitos e um pandemónio generalizado e nós a brincar. Depois do pavor de que cá chegasse, acho que o país aceitou o visitante não convidado, com uma ataraxia aparente. Isto para não dizer, que houve quase uma exultação por já não sermos diferentes dos outros. Passe a piada, que não tem nenhuma.
Um caso, dois, dez… pouco a pouco, numa teia de fingido controle. Uma simulação de normalidade, em que cada um de nós seguiu o seu dia a dia, meio alertados, mas sem especiais medidas de contenção.
Lavar as mãos, evitar contactos, lavar as mãos, não mexer nas mucosas… As crianças não apanham, isto é só uma gripe forte, vamos manter a calma. Se for para entrar em pânico nós avisamos. E assim se tenta, Estado, média, controlar o povinho. Manter as aparências. Evoluiu. Não sei bem precisar quando passámos do isto é uma gripe, para onde estamos agora.
O filme saiu da tv.
Vivo uma realidade que nunca imaginei. Uma realidade que os meus filhos estudarão daqui a uns anos nos livros de História. Espero chegar à idade de poder contar a minha experiência desta realidade.
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