Avançar para o conteúdo principal

Avós com açúcar

Não há palavras que exprimam o que o coração sente. Apenas palavras que imitam o sentimento...
Não inventaram ainda uma cor que ilustre 
o brilho da alegria ou o cheiro que perpetue
a doce presença de quem amamos...

Mas encontro-te. E retenho com toda a força, a tua presença. 
No cheiro da roupa lavada, acabada de engomar... nos refogados pungentes que enchem o olfato. - o segredo é o cravinho, mas pouco senão é venenoso... 
Sinto-te em cada vaso florido, frondoso, regado. -se falares com as plantas elas crescem mais viçosas...
Vejo-te em mil memórias de infância.
E penso nas tuas mãos... tenho pensado tanto nas tuas mãos... 
Gosto tanto delas. Coisas banais... em que não se pensa nunca, mas quando pensamos se tornam eco persistente... As tuas mãos pequeninas e delicadas que me aconchegaram tantas vezes em criança... mãos que adoro sentir entre as minhas, sempre macias, sempre quentes.
Eu sou um Ser de pensar, de lembrar, de tirar prazer nas coisas boas vividas.  Mas não quero. Não gosto de pensar no que foi, no que vivi contigo. Não quero congelar memórias passadas! Antes criar novas, recentes, futuras... 
Se eu não pensasse nunca... e pudesse apenas viver o presente...Não penso! Não penso mais no que foi! Antes vivamos o hoje. Sintamos o hoje a cada novo dia. E que haja tantos hoje para celebrar que não sinta nunca a necessidade de os reter no tempo...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Passatempo

Com intuito de divulgar o blog e aumentar o número de seguidores vou promover um concurso! O prémio é um exemplar do livro : Super Mães, Super Mulheres Como a maternidade nos dá uma maior agilidade mental de  Katherine Ellison Para participar devem: 1º Seguir o blog 2º Comentar pelo menos um post 3º Divulgar pelos teus amigos Não esqueças de partilhar o link da divulgação!!! a Rafflecopter giveaway

Balanço de um ano de ensino público

A escola onde efetivei é uma escola profissional. Tem, além desse ensino,cursos CEF. Nunca tinha tido experência com qualquer deste tipo de ensino e, igual a mim mesma, achei que enquanto professora, seria uma mais valia a experiencia, nem que fosse por um ano! "Se não me adaptar posso sempre tentar a mobilidade para uma escola de ensino recular". O embate maior e a preocupação inicial foi: Isto vai ser a minha pr imeira vez com turmas CEF. Confesso: fiquei apreensiva. Sabia que era um público diferente, com histórias difíceis às costas, com resistências, com cansaço da escola — e tantas vezes com pouca esperança em si mesmos. E eu? Ia conseguir chegar até eles? Ia conseguir fazer a diferença? Ouve-se tanta coisa... Decidi ir sem bagagem nem expectativas e ver onde o vento me levava. O primeiro impacto foi um choque de realidades . O que funciona nas turmas regulares… aqui nem sempre cola. Há outra linguagem, outro ritmo, outro foco. Muitas vezes, o desafio é só conseg...

Eu, pluviófila, me assumo.

A-D-O-R-O! Das galochas de borracha, aos chapéus de chuva enormes. Das gabardines ao cabelo encharcado.  A ponta dos dedos gelada de segurar o chapéu, ou, esperem, a elegância das luvas de pele a segurar o chapéu.  ADORO chuva. Não é de hoje, não é de ontem.  Talvez seja mimalhisse de infância, dos tempos em que chegava a casa,encharcada ao vir da escola , e tinha a minha mãe à espera, de toalha turca em punho,  pronta a secar cada gota de água e a esfregar-me de tal modo o corpo para o aquecer que me deixava a pele a doer. Ou talvez fosse das muitas vezes que a ouvi contar o horror que sentiu ao viver as cheias de 67.  O pavor de ver colchões a descer a rua que mais parecia um rio, o pânico de ver o pai tirar baldes de água de dentro de casa, o temor ao ver estradas de lama descer a encosta da serra e galgar pelas casas. Talvez a dor que via estampada nos olhos da minha mãe, ao falar de coisas que não compreendia, me fizessem querer minorar o dr...