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Mensagens

A mostrar mensagens de 2020

Um fim (de ano) como não desejava...

Há um ano era assim... há um ano, como na maior parte dos dias, de todos os anos. Juntos. Sempre. Terminámos o ano com um almocinho bom, bem regado, bem divertido. Este ano, o teu coração cansou-se de lutar e quis paz. A saudade è muita e ainda me soa tudo a sonho mau. Mas só não estás cá fisicamente minha avozinha.  Um abraço apertadinho, onde estiveres. Este ano novo, terei que aprender a viver sem o teu toque...

curiosidade

Sabem uma coisa? Nos últimos dias, talvez pela antecipação de ir ter uns dias em casa, tenho pensado muito no período do confinamento. E constato que o meu entusiasmo, na perspectiva destes dias em casa, vai além da necessidade de descanso. Percebi que tenho saudades! Saudades dos meses que passamos juntos em casa, só os 5! Percebo que o entusiasmo vem da perspectiva  de ir ter 10 dias de confinamento familiar! 🥰😍 este ano teve coisas más, mas estar em casa, seguro, com quem se ama... é priceless!

Balanço de 2020

 Não tem sido um ano fácil, em termos generalistas.      Esta trampa desta pandemia que nos trocou a normalidade e nos obriga a viver num baile de máscaras diário. Gestos que outrora seria considerados uma obsessão compulsiva, são agora incentivados.       Passa gel na mãos, coloca a mãscara, passa gel nas mãos. Passa gel nas mãos, entra na loja, vê, toca (o mínimo possível), compra, guarda as coisas no saco, sai da loja, passa o gel nas mãos. Chega a casa, tira sapatos, desinfeta sapatos, tira máscara, desinfeta e guarda a máscara, tira casaco, desinfeta e pendura casaco, passa gel, cumprimenta quem está. Brinco, mas a brincar toco na ferida, que se não morremos da doença, morremos na cura.       Estes gestos, aparentemente inofensivos, hão-de cobrar o seu preço. Aos poucos, todos nós, uns mais que outros, estamos a ganhar tiques, fobias, manias.  A prometida vacina, que se vislumbra "para breve",  poderá trazer em dois ou três anos um mudar deste paradigma que vivemos e ali

Os avós é que sabem!

  Maggie entra na cozinha e vê-me a arranjar vegetais para a sopa. -Aviso já que não vou comer essa sopa! Não estás a ligar a avó a saber como ela faz! Inspiro, expiro- Eu já lhe liguei! Estou a fazer como ela disse. A jovem olha com ar de dúvida: - E de certeza que entendeste bem? Olha Maria Ro , estás oficialmente de serviço às sopas, sim?

A avó é que sabe - e eu adoro!

  Maggie entra na cozinha e vê-me a arranjar vegetais para a sopa. -Aviso já que não vou comer essa sopa! Não estás a ligar a avó a saber como ela faz! Inspiro, expiro- Eu já lhe liguei! Estou a fazer como ela disse. A jovem olha com ar de dúvida: - E de certeza que entendeste bem? Olha Maria Ro , estás oficialmente de serviço às sopas, sim?

O chá...

  O chá, para mim, está sempre associado ao conforto do lar, ao carinho, à família.      Às tardes chuvosas ou de frio... a chegar da escola e ter um chá quente à espera, porque la fora estava a chover e eu devia vir gelada.   A estar na casa dos avós e bebermos juntos um cházinho com torradas... eu, sempre com “minha” caneca preferida, que hoje guardo em minha casa com carinho.      Adoro chá.      De todos os tipos.      Mas acho que muito desse gostar vem daquilo que associo ao ritual... este cházinho bebo-os convosco em mente mãe e avó.

Pedidos de aniversário

😬😅😅😅😅 -Filhote, já sabes o que queres para os teus anos?  - Um gato novo!- poker face por parte da mãe... - Não amor. Não vamos ter mais animais.  -hmmm já sei! Uma vivenda!! 😬🤪 se calhar è mais fácil ele pedir logo um unicórnio 

sobre o descanso ao fim-de-semana

4:45 da manhã... - posso ir vestir o fato de vampiro?- não! Podes dormir! 5:20 - posso jogar PlayStation?- não! Ainda não são horas de acordar! 6:24- mãe, já posso vestir o fato? - eh, pá! Deita-te e descansa! Antes das 8:00 não podes fazer mais nada senão dormir! 7:40- mãe! Já está quase na hora que eu posso! Quando for 8:00 posso ir logo vestir ou tenho que te dizer? -....poker face - 7:56 - mãe já está quase. Posso jogar PlayStation? - não! A tua irmã está a  dormir! Vai ler! - ok então vou jogar no tablet! .... - 8:04- Posso ligar ao primo? 🙄🥴😖 sou a única a ter acordares destes ao fim de semana?

Brindemos a Setembro

 Adoro o mês de Setembro. Talvez tenha algo a ver com a ideia de renovação, recomeço.  Novas oportunidades. Setembro traz o fim das férias e o começo de um novo ano letivo.  Um ano para novas experiências. Para fazer diferente. Para ser melhor! Um ano para dar início àqueles planos que deixámos na gaveta, para abandonar de vez aquilo que nos faz menos bem.  Talvez seja o simbolismo, talvez seja patetice minha. A verdade é que gosto de ciclos.  De planos definidos. Setembro é uma marca. E assim tem sido para mim.. A cada ano uma catadupa de planos, uns concretizáveis, outros nem tanto, afluem na minha cabeça e dão origem a listas de coisas a fazer, a tentar, a exprimentar... Este ano não foi diferente! Setembro chegou e com ele novas oportunidades e desafios!  Os pequenos regressam à escola. Também para eles este será um recomeço diferente. (Questiono-me se algum dia tornarão à "realidade de há sete meses atrás"...) Tempo de abrir as agendas e começar! Este vai ser um bom ano!

Aventuras de uma aquariófila inexperiente

O meu aquário está perto da janela da cozinha. Não é nada de especial. Apenas u m pequeno aquário de 30 litros... Mas, como apanha muita luz, mesmo com o filtro ganha verdete... já testei a batata doce, já testei tapar uma lateral com autocolante opaco... nada ajudou... então decidi comprar umas plantas... Inglória tarefa porque todas as lojas aqui perto estão sem stock de plantas.- culpa da pandemia. - Comprei on-line e marquei ponto de encontro.~ O vendendor, muito profissional, entrega-me solenemente uma garrafa de 1,5l, deitada, cheia até meio com água e as lentilhas de água a flutuar.... a garrafa tinha uma abertura a meio... coisa à pro... Paguei, agradeci e quando chego ao carro, cai-me a ficha:como vou levar uma garrafa aberta no carro? Porque não veio isto num saco ou garrafa fechada? Desenrascada, que é coisa que sempre fui, modéstia à parte, fui buscar dois saquinhos do pão à bagageira e fitacola. - sim, a minha bagageira tem esses artigos e nem vocês imaginam o que mais!

Snowpiercer - A série vs O filme

 Para quem~devora séries, como nós aqui em casa,às vezes torna-se dificil encontrar algo novo. Há umas semanas surgiu a sugestão de uma série distópica chamada Snowpiercer. Nunca tinha ouvido falar. Assumo a ignorância sobre a existência de um filme antecessor, e, mais ainda, da existência de um romance gráfico na origem de tudo. Foi por isso com uma postura em branco que comecámos a ver a série. Quem me conhece sabe que Sci-Fi não é bem o meu género. O tema não é novo, a terra congelou, a Humanidade pereceu toda, à exceção de um número relativamente pequeno de pessoas que escaparam a bordo de um comboio-arca-de-salvação, desenhado para esse efeito pelo misterioso Mr Wilford, venerado na composição em jeito de divindade. To make a long story short, os passageiros estão divididos por tipo, desde a 1º classe que vive ostensivamente, aos da 3º classe, os operários que mantém o comboio a funcionar com a sua mão de obra e, finalmente, na cauda, os "caudas", passageiros que se infi

"O tempo entre costuras" - excelente livro de férias

 Confesso que não quis ler o livro pelo renome da autora, ou pela crítica, nem mesmo pela sinópse... Vi-o nas mãos de uma amiga e achei piada ao nome.       Fiquei a antever o que poderia ocorrer entre costuras, que pudesse originar um romance. E da antevisão, passei à leitura.     Nunca tinha lido nada de Dueñas. A narrativa é um  um misto de biografia, romance, suspense, aventura e drama que nos cativa desde o inicio. Gostei muito da contextualização socioeconómica do protectorado em Marrocos, a envolvência da pré guerra civil espanhola, narrada com rigor e displicência ao mesmo tempo, isto é, informando sem maçar. A narrativa de Sira, contada na primeira pessoa,  está escrita de modo a que conseguimos "sentir" com a personagem, as várias aventuras. Apaixonamo-nos com ela, viajamos com ela para Marrocos, sofremos juntas as agruras do seu desalento amoroso.  O livro não é apenas uma história de amor. Sira, a humilde costureira, assume um papel importante no desenrolar da gue

Ozzy vai ao veterinário - Ou uma saga trágico-comédia. Parte 2

Depois da birra da Maggie, chego ao Vet. Passam 15 minutos da hora marcada. vários animais e respetivos donos à espera à porta. Falo com a rececionista que pede desculpa mas dado o atendimento por marcação só estão a dar 10 minutos de tolerância.  Peço desculpa, entendo, não insisto.  Volto ao carro frustrada. O pulguento mia na caixa.  A caminho de casa ligo para o veterinário do bairro. Pode vê-lo às 19h30. Obrigado. Voltamos a casa. Tiro o pobre bicho da transportadora, deixo-o recuperar o ar e o chão. Chegada a hora, a Bela já não está com a neura. Calça-se e vem connosco, mesmo sem base na cara. 😂 No veterinário, o Ozzy, que se deita de barriga no ar a pedir mimo, começa a bufar. A assistente vai buscar uma toalha.  O Veterinário tenta tocar no patudo enquanto este lhe mostra as garras. O Henrique decide fazer uma festa ao gato. Leva uma patada e fica a sangrar do dedo. Acalmo-o e torno a dizer que quando os animais estão assustados não devemos aproximar-nos, mesmo quando eles sã

Ozzy vai ao veterinário - Ou uma saga trágico-comédia. Parte 1

Ontem encontramos habitantes não convidados, em casa.  É verdade que não ocupam muito espaço, nem sequer são barulhentos. E nada tem a ver com a cor. Mas a verdade é que temos estilos de vida diferentes e prefiro que o Ozzy não se dê com saltitantes seres  sugadores de sangue. Ficou combinado que hoje, quando eu chegasse, o levaríamos ao veterinário para fazer desparasitação e aproveitávamos e tratávamos da manicure do felpudo. Hoje contatei a clinica e marquei hora de consulta. Chego a casa e convido: Meninos, se querem levar o Ozzy ao veterinário vistam-se! Henrique - Espera que estou quase a passar este nível. Margarida - Mas eu não tenho meias!!! Já não tenho meias com laços!  (Se calhar ajudava se não mudasse de roupa 3 a 4 vezes ao dia, mesmo sem sair de casa) A boa da mãe - Guida se não tens dessas calça outras.  Margarida- Não! Só gosto destas! As outras são para dormir! A boa da mãe, inspira, expira.  - Então, calça umas sandálias ou umas havaianas!  Margarida - Não posso! Não

24 junho

Hoje é o dia em que podia ter nascido... ou chamuscado a cabeça, pelo menos. Isto, de acordo com o que me contam, vai fazer 43 anos. Segundo reza a história, por esta altura há 43 anos, estava a minha mãe grávida de 42 semanas. Não havia cá ecografias mas ao que parece o dedo dizia-lhe que havia de sair “gaja” na lotaria.  Ora, 24 de junho é dia de arraial! E seja ou não tradicional do Porto, no Olival Basto também se comemorava. Ou não fosse uma típica vila alfacinha.  Fogueira alta, música a tocar e a minha mãe e achou por bem não perder a festa.  Disseram-lhe que se saltasse a fogueira era capaz de acelerar o parto e, confiando nessa informação claramente segura e científica, a senhora minha mãe, jovem e ansiosa por ter o seu bebê nos braços, assim fez! Não uma, não duas, mas as vezes que lhe aprouve saltar! Felizmente não houve quedas, nem houve qualquer dano ( parem de rir, se faça favor). Eu, do contra já na altura, finquei as mãos onde consegui e recusei-me a sair! Qual partilha

Momento “top” do dia

Durante um agradável momento de convívio em casa de um casal amigo, as crianças brincam, os adolescentes jogam. A anfitriã pega numa toalha de mesa e brinca com o facto de ter gente em casa: - Até vou usar a toalha dos convidados! A Maggie, que brincava com a a M., levanta os olhinhos e exclama feliz: - Vamos ter convidados?!?! Risada geral. 😆 Quando a tua filhota de 5 anos se sente tão à vontade com alguém que não percebe que os convidados somos nós, isso diz muito sobre os nossos amigos ❤️ Somos abençoados! 

Se não for da doença, vai ser da cura.

De hoje a 4 dias completam-se 3 meses desde que estamos em casa. Há já uma rotina criada, ajustada, readaptada às novas realidades de cada um de nós. Já sei os dias que tenho que dar aulas no quarto porque na sala há demasiadas atividades em simultâneo. Já conheço as vozes de grande parte dos interlucutores diários do meu marido... Já (quase) todos se habituaram a colocar no quadro do frigorifico as reuniões, trabalhos e aulas que vão ter - só com horários a malta se entende. Maravilhoso no meio do caos, as refeições, ainda que às vezes a correr, todos juntos à mesa. Nunca tinhamos conseguido almoçar os 5 juntos mais de 20 dias seguidos. É ridiculo, não é? Se quantificarmos as coisas, foi preciso uma pandemia deste nível, para nos confinar a todos  verdadeiramente em família. Juntos. Não em férias, mas num bigbrother sem cameras, 24 sobre 24 horas todos juntos.  Não sei se temos "vivido" ou sobrevivido. Houve dias de perfeita loucura, em que nada corre bem, tudo parece conspi

15 dias

E ainda não conheço a princesa mais nova. Há 3 meses que não dou um abraço bom na minha afilhada doce. 90 e poucos dias, desde que vi o meu sobrinho... Pensar: "é por uma boa causa"  não me apazigua a alma...

E assim reabriram as creches

Ao fim destes meses em confinamento, sinto que algo começa a estalar em mim. Não um quebrar visível,  não há o som cristalino do copo de vidro que cai da bancada e se estilhaça no chão. Será antes como uma fissura... uma pequenina fissura, que mal se vê, que não deixa verter água, mas que existe, e aos poucos, tenta crescer. Uma fissura que sinto mas tento ignorar.  Não posso dar-me ao luxo de a tornar visível, é preciso continuar funcional. Mas ela está lá. Não todos os dias, não a toda a hora, mas em pequenos gestos ou situações.  Quando toda esta situação nos atirou para casa, numa quarentena generalizada, havia medo, havia ansiedade. Havia toda uma situação desconhecida que destabilizou a realidade conhecída e nos obrigou,  a todos, a descobrir e criar novas regras. Tele-aulas, Tele-escola, Teletrabalho, Família junta 24*7, Famíliares afastados apesar da presença do video. Com mais ou menos resistência, todos encontramos um ponto de equilibrio e, durante semanas, fomos heróis e her

E voçês? Também têm o Joel nas mãos?

- Mãe, posso por Joel nas mãos? - Podes, mas não é Joel, é gel. - Não. É Joel! Eu li. - Mostra, Kike? - preparo-me para lhe explicar os valores do G, quando ele me aponta o frasco... <3 O meu menino sabe ler...  ® Joel - Publicidade gratuita..

À espera de C.

Ainda não foi hoje que nasceste pequena C. Nascer no meio de uma pandemia, não estaria por certo no leque de requisitos ou desejos dos teus papás quando planearam a tua chegada.  Mas vais nascer forte e brilhante!  Há quem espere milagres, nós, aguardamos o raio de luz e esperança que és tu, pequena C. Estamos todos, pais, avós, manos, tios e padrinho hiper babado, ansiosos com a tua chegada. Sabemos que a qualquer altura pode chegar a chamada telefónica que nos anuncia que a nossa família ficou (ainda) mais rica e abençoada. Sempre sonhei ser mãe... Sempre amei ser mãe... Não sabia que também se podia sonhar ser tia... Nem sabia que se podia amar tanto como tia... Anda, C.!! Estamos à tua espera!! E o mês de Maio, ganha mais uma razão para ser celebrado! <3

Pára tudo! O R faz anos!

19 de Maio de 2000 Tornei-me tia!  E hoje, embora longe, completas 20 anos.  Tanta coisa vivida, tantos episódios, tanta água passada por baixo dessa ponte, e mesmo assim, lembro como tivesse sido há pouco mais que uns dias, as horas que antecederam o teu nascimento. Apressado, prematuro, sem aviso.  Os sustos, as vitórias, o dia em que te pudémos pegar ao colo.  20 anos. R., desejo-te, acredita, todas as bençãos. Que possas sempre voar ao nível dos teus sonhos. Que a vida te dê as oportunidades para que possas voar e haja sempre uma rede para te apoiar nas vezes em que caires! Sê muito feliz! 

O que esconde um nome? Traumas, parece-me...

Hoje, a princesa M. chega ao pé de mim com uma folha, mostra-ma, e comunica com nariz empinado:  - vou começar a assinar assim! O meu nome é gigantesco! É um pesadelo! Sorri... E recuei cerca de 10 anos no tempo, até ao dia em que um lindo rapazolas de olhos grandes e brilhantes me diz: - Não é justo! Porque é que me deram este nome? O Rui só precisa escrever três letras! O meu nome parece um comboio! E penso... no outro jovenzinho, que ainda não há muito tempo me perguntou: - Oh mãe, agora enquanto são "férias do Corona" posso escrever só Kike no plano diário? O meu nome é enorme! Pobres crianças... Os papás arranjam sempre modo de traumatizar os filhos. Algo me diz que o futuro me deve trazer netinhos com nomes bem curtos ;) Alexandre, Henrique e Margarida, os vossos nomes foram escolhidos a dedo e com todo o desvelo! Juro que não foi para vos martirizar! ;)

5 anos de Margarida

5 anos A princesa da casa fez anos este mês. E, como todos os anos, devíamos ter celebrado com a família, os amigos, os colegas do colégio. Hoje, há 5 anos atrás, o meu maravilhoso mundo azul ganhava laivos de um rosa intenso e cheio de luz. Um rosa vibrante, de som cristalino, que trouxe à nossa família, a peça do puzzle que nos faltava. A princesinha fez anos, mas quis este vírus sem escrupúlos nem respeito, que a data nos encontrasse fechados em casa. Sem escola, sem família, sem os amigos. Acho que me custou mais a mim que a ela. Criança que é, a sua capacidade de adaptação rapidamente ajustou o nível da expetativa e delirou com o bolo pequenino que fizémos para celebrar o dia, com o Balão de hélio e as grinaldas pela sala. Os muitos Beijinhos foram virtuais.  Mas, O ponto alto do dia?! Não foi o bolo, nem as grinaldas, nem mesmo os presentes que recebeu. O delirio (dela e dos manos) foram as três vezes que a campaínha tocou ao longo do dia. Pela primeira vez desde Março, viram os

Maio começa em Grande!

O mês de Maio é um mês especial! E como especial que é, logo no dia 1, celebramos em Grande! O meu sobrinho G. faz 8 anos! <3 Eu sei... sou muito saudosista.  Mas é assim que vivo. E lembro o dia em que soube que ia ser tia! O dia em que a tua mummy contou que vinhas a caminho! Fiquei tão excitada! Serias uma sobrinha? Um sobrinho? Serias parecido com a mãe? Com o pai? (Quem diría que ias sair parecido com o tio?!) Eras um bebé LINDO quando nasceste. Muito clarinho, uma pele tão delicada, o cabelo quase ruivo...um autentico Nenuco. E hoje, mesmo sem poder abraçar-te com força, quero que saibas que gosto imenso de ti! És um menino doce e atencioso e a tia tem o maior orgulho em ti. Este aniversário pedia foguetes e fanfarra e festa de manhã à noite. Não podemos fazê-lo juntos, fisicamente. Ainda não... Mas em breve, vamos poder festejar, e quando o fizermos fazemos a maior festa de pijama-aniversário-noite-de-cinema-com-pipocas que alguma vez se viu! Feliz aniversário G.! 

Porque sou assim... otimista por natureza

Fim de dia. Cansada, mas alentada. Não fiz tudo o que queria, mas fiz tudo o que consegui. Não pude ser a mãe pelo tempo que eles desejavam, mas fui a Mãe no tempo em que brincámos. Não consegui planear, corrigir, preparar tudo o que pretendia, mas o que fiz, foi com empenho e carinho. Ninguém è perfeito e em alturas como estas, querer almejar a perfeição è ainda mais ingrato. Façamos o nosso melhor, enquanto o estamos a fazer, e passemos sem mágoa nem culpas, à tarefa seguinte. Com o mesmo brio, com o mesmo amor. Para que no fim desta experiência singular, levemos sorrisos nas costas e memórias no coração.

Nível de sensibilidade em alta

Nível de sensibilidade dos pequenos... Cai um dente ao Henrique. Margarida chora compulsivamente. Penso que foi porque se assustou com o dentito ter caído enquanto o mano lavava os dentes. - está tudo bem, Margarida. È normal que sangre um pouco! - não está nada bem!- chora ela- è muito injusto porque assim ele vai receber mais uma prenda da fada dos dentes e eu não! Inspira... expira...

Haja paciência...porque sossego não se arranja

Hora de dormir:  - Eu hoje quero adormecer na tua cama. - Ok, H. Ficas com o pai. Eu levo a Guida para o vosso quarto. Já deitados: ...afinal quero ir para o meu quarto...  vem para o quarto e deita-se. - Mãe, não quero dormir na cama! Quero dormir no saco cama.  - Não. Já abriste a cama dormes aí. Amanhã se quiseres dormem nos sacos cama. ... birra do saco cama... Guida pede para ir para minha cama para não aturar a birra... vai com pai. - Não! Espera! Eu afinal quero dormir no teu quarto! -Não. Já lá estiveste e quiseste vir para o teu quarto. cessa a birra do saco cama. Começa a birra do quarto...  chora uns 10 minutos... - oh mãe então eu vou dormir para o quarto do Alexandre. - Não. Podes parar com as birras. Vais dormir na tua cama. Cessa a birra do meu quarto. Tem início a birra do quarto do irmão... Na minha mente já lhe dei umas quantas tareias... isto ao fim de um dia de trabalho è particularmente desafiante... ... nisto tudo passaram 45 minutos... o Alex deve ter ouvido os m

Quarentena -dia 31

- Mãe, eu quero almôndegas mas com cereais de unicórnio! - ok Maggie. Da aí o prato. E antes que surjam os entendidos em educação e pedagogia: chama-se comida de fusão, ok?!  Cada um faz o que pode para manter a sanidade mental 😂

Quarentena - dia 7

Amanhã será quinta feira dia 19 de Março. Podia ser um post com a referência ao dia do pai. Mas será o dia 7 O sétimo dia de uma quarentena social que estamos a viver. No dia 13 de Março, que por auspiciosa coincidência calhou ser uma sexta feira, o Estado português decretou o encerramento de todas as escolas em território nacional. O país entrou numa especie de letargia em que aos poucos, cada um se recolheu a casa, em família. A noção de se evitar o contato social gerou uma paranóia coletiva em que todos olham os demais como potenciais portadores do virus. Aconselha-se a reclusão social e uma quarentena quinzenal, em casa, atentos a sintomas de risco. Todos são portadores até prova em contrario - ecoa na tua cabeça... Vamos, todos juntos, combater este inimigo! Vamos ficar todos bem! -  As palavras de ordem, os chavões otimistas, não nos preparam para o que o isolamento implica. Que sonho! Poder ficar em casa e não ter que sair! O luxo de poder ter uma quinzena só e

#dia26 Quarentenando numa casa cheia

Qualquer coisa-feira, 8h da manhã. Levantas-te e preparas para ir a casa de banho. - Mãe, quero leite!- diz a voz da mais nova, ainda enroscada nos cobertores. Vais a cozinha, prepraras o leite. Das comer ao gato, pões água numa taça que o mais velho deixou no lava loiça, ligas a máquina de secar porque o programa que correu de noite não chegou para enxugar a roupa. Voltas ao quarto, dás o biberão para as mãos da pequena e diriges-te a casa de banho. -Mãe! Não consigo abrir a gaveta dos legos! Inspiras. Vais ao quarto dele, abres a gaveta, apanhas meia dúzia de almofadas espalhadas no chão, sobes o estore, abres a janela.  Voltas a casa de banho... Pões a água a correr. -oh mãe!!! Eu quero ir comer antes de brincar! Fecha a torneira, volta a cozinha, passa pano na mesa, põe toalha, ajeita as tigelas, o leite, os cereais. Vai buscar a colher da sorte, liga a tv no canal da panda. - Anda comer!  - Não quero cereais! Quero pão com nutela e leite... Guarda tigela, guarda cereais, prepara o

Quarentena- dia 18

Vou partilhar... hoje, ao jantar, senti -me a mãe mais miserável do mundo. Depois de todo dia em Teletrabalho. Em avaliações, em reuniões v irtuais, a precisar concentração - eu e o pai- pedir falem baixo, não venham para aqui agora, já vos pedi que não façam barulho e outras do mesmo tipo. È muito bom poder estar em casa, e te-los sob a asa. Mas è tão ingrato para eles. Têm muito menos apoio e atenção que em alturas normais... Enfim, então, dizia eu, estávamos a jantar, todos juntos à  mesa e diz o Henrique:  - o corona vírus é mt bom!!!!   Tudo a olhar para ele: Não Henrique. É mau, muito perigoso...  e ele, dá um sorriso maravilhoso dos dele:  - não! É muito bom! Porque podemos estar todo o dia com vocês! 😔  meus ricos meninos.

momento fofo da semana

O Ozzy fez 2 aninhos! Parabens à minha bola de pelo cor de laranja que fez 2 aninhos no dia 22 de Março.

Quarentena #Dia5

Ontem, fui à rua pela primeira vez desde que ficámos em casa. Aparentemente tudo normal. Alguns carros na estrada,nada por demais. A diferença, senti-a quando entrei num minimercado e em cada dez pessoas, nove estavam de máscaras e luvas. Embora tivesse um kit na bolsa, não era minha intenção usar. Ouve-se nas notícias o aviso de que são ineficazes se não estiveres infetado e não queres ser totó. Dei por mim a sobressaltar-me conforme tocava as prateleiras para pegar nos artigos. Olhei de lado para a alça do cesto onde tinha as compras. Quase sub repticiamente, tirei as luvas cirugicas e coloquei-as. Precisei dirigir-me a um funcionário. Fi-lo com uma distância segura, como se o seu hálito fosse laser. Dou comigo a olhar a máscara que lhe tapa a boca e apercebo-me que o deixa desconfortável eu ter os lábios e nariz descobertos. Passo a ser eu o elemento incomodativo. Coloco a máscara, assim que me vejo a sós no corredor. Continuo as compras, entre a sensação de segurança e o p

O mesmo filme, um novo capítulo

Estou em casa. O filme continua a ser escrito, em modo reality show improvisado, com cada um de nós como personagem. Não sei bem qual o meu papel. Estou em casa. Com a família. Primeiro fecharam as escolas.  Não todas, algumas, onde tinham surgido casos. Depois vieram os debates na tv, a forte opinião pública.  Lá fora, pela Europa, a maior parte das escolas estão fechadas. As pessoas estão em casa… aqui demora. Finalmente, meio a medo, começam a encerrar-se escolas e colégios, por decisão própria das direções, por precaução. Mesmo sem casos confirmados. Já se sabe que o contágio é intenso e dramático. Já se sabe que as crianças sempre apanham o vírus. Que não são muito afetadas, mas afetam fortemente todos em seu redor. Os idosos são os mais suscetíveis. A pressão social obriga a uma posição do Estado. As escolas encerram todas. Por uma quinzena. Para já. As aulas presenciais estão suspensas. Até à interrupção da Páscoa. Estou em casa, desde sexta feira, dia 13.

Quando a realidade assusta mais que a fição - Covid 19

Passou quase um mês desde que aqui estive. Tanto tem acontecido nestes últimos meses, que tenho debatido o dilema  deambular o asunto. Na verdade, tenho convivido o dilema de saber como viver o assunto. Têm sido dias de incerteza, de dúvida, e de medo. Sobretudo medo. Esta Pandemia do Corona Vírus traz-nos a uma situação inédita. Toda uma experiência social inédita. O sonho de poder ficar em casa sem ter que pôr um pé na rua, revela-se um pesadelo quando vira real. Esta é uma realidade retirada da ficção. As séries televisivas, os filmes apocalípticos de um flagelo para a Humanidade, os Ensaios Sobre a Cegueira e as Pandemias Hollywoodescas convergiram num guião muito mais assustador, imprevisível porque não se escreveu ainda o fim. Um vírus, surgido a milhares de km, afeta uma pessoa… e em três meses, espalhou-se, deu a volta ao mundo, e reduz a nada todo seu diâmetro. Aquilo que era em dezembro um caso raro e estranho, de um vírus mortal que estava a dizimar uma localid

Maggie descobre a separação

-Mãe, sabias que a M. da minha sala disse que os pais já não são namorados!? - Guidinha, às vezes acontece. Os pais continuam a gostar muito dos filhos mas já não querem namorar um com o outro. Então cada um vai para uma casa... os filhos as vezes estão com o pai e as vezes com a mãe.  ... silêncio. Aqueles olhinhos grandes a olhar para mim. - mas a M ainda tem os pais nao tem? - claro amor. Os pais são sempre pais mesmo que já não namorem. - mãe, a M tem uma mana bebé. E se a mana não sabe que os pais namoraram? - vai saber amor. Os pais vão lhe contar. .... minutos depois: - mãe tu ainda queres namorar com o pai? - quero amor, a mamã e o papá gostam muito um do outro. - oh mãe posso ligar ao pai? ❤️💗- ainda é muito cedo amor.  - mãe mas o pai não está na nossa casa! - filhota o pai chega logo. Não está na nossa casa porque teve que ir a outro país. Mas foi só trabalhar uns dias. Já volta hoje para casa. - a nossa? - claro. ... - mãe eu sei que tu e

Eles e a avó Rosário

7:15. toca o despertador e levanto-me em modo beira. 7:25- Mãe, a avó já chegou? - viro a cabeça para os olhos ensonados da M. - Não Guida. È cedo ainda. Deita-te mais um bocado... 7:39- Mãe, a avó já vem aí?- inspiro... - Não kike. Ainda è cedo. A avó ainda está em casa.. vai descansar... 7:48, kike na cama a ver desenhos animados, Guida deitada e enrolada numa manta, no sofá. Ambos à espera e a garantir que ouvem a avó quando esta chegar... 🤦‍♀️🤦‍♀️🤦‍♀️ E eu que só queria mais meia horinha de sono

Ser feliz é fácil

Mini-férias em família. Sol, passeio, namoro, brincadeiras. Que fácil é ser feliz quando a felicidade passa por estar com quem amas. Não importa onde.

21 de Fevereiro

Esta data tem um significado muito especial. Foi a 21 de fevereiro de 1996 que nos unimos num beijo que selaria um futuro a dois. Já nos conhecíamos, até já tínhamos tido uma paixoneta de adolescentes, que terminou, como tantos terminam. Pelo meio, outros namoricos, saídas e experiencias. Até ao dia em que nos reencontrámos. Não fisicamente, porque nos víamos todos os dias na escola, mas redescobrimos o prazer de estar um com o outro. E criámos uma teia durante seis meses. Seis meses de passeios pela escola, conversas de tudo e de nada, e depois, quase como na canção:  Numa outra brincadeira Passam mesmo à beira sempre sem falar Uns olhares envergonhados E são namorados sem ninguém pensar Já o éramos antes de o ser. Namorávamos quando eras tu quem eu convidava sempre que havia um convivio. Já o éramos quando me confidenciavas as tuas preocupações. Já o éramos mas tínhamos ambos medo de o assumir. Gostava tanto de ti que não queria perder-te numa relação falhada... E a 21 de feve

Um dia...

- Mãe, um dia quando eu for crescido vou casar contigo! - Os filhos não casam com as mães, amor. - Mas, e se gostarem mesmo delas? - Oh H. é normal os filhos gostarem das mães! E as mães adoram os seu filhos! Mas são amores diferentes. Quando gostares de uma menina mesmo a sério, vais querer estar sempre com ela, vais pensar nela quando estão longe, vais querer dar-lhe mimos e abraços. Vai ser alguém muito especial para ti. - Ah! Já percebi. Vai ser como o meu jogo! -... ... ... .... - Poker-face meets face-palm meets what-a-weck face - como o teu jogo? - Sim, tu estas a falar e eu até já estou com saudades do meu jogo porque eu pausei para falar contigo! - Oh H., não gostamos de pessoas como gostamos de jogos... são coisas diferentes! - Claro! Não podemos dar um abraço no jogo, não é? Era parvo! Mas só podemos ter muitas saudades de jogar! E eu estou, por isso agora vou jogar. Estas conversas com o H. são extenuantes.. :p

You - a Série

You... já viram? É daquelas séries que à partida eu até nem daria nada por ela. Um stalker, sociopata, not quite my type... Mas vi o primeiro episódio. E depois o segundo, e o terçeiro. E entre risos de: - O quê? Oh! Pá este tipo é louco!, vais dando por ti a pensar que com a pegada digital que deixamos, não é difícil alguém tirar informação relevante sobre nós. Joe Goldeberg é um sociopata que te envolve, não queres que seja apanhado. Quase perdoas condescendentemente todas as tretas que faz ao longo da primeira season. E quando acaba, não ficas com pena do desfecho, que aliás já adivinhas desde o início. A segunda season tem um quê de volte-face com Joe a passar de stalker a perseguido.  A narrativa é feita do ponto de vista do personagem, o que origina alguns episódios engraçados e caricatos com as suas observações muitas vezes desfazadas da realidade. O seu eu cego leva-o a conclusões e comentários hilariantes em alguns momentos. Na segunda temporada mantém-se o mesmo enlac

Momentos de ligação

Na azáfama diária, e havendo tão pouca diferença de idade entre os dois mínions mais novos, nem sempre consigo ter momentos a dois com um deles. A necessidade de atenção é grande de ambos os lados e por norma se um está comigo o outro está perto e a exigir a sua quota. Mas às vezes há momentos como o de hoje, que me enchem a alma. O H. e o A. estão no quarto a jogar um jogo pateta qualquer. Ouvem-se as suas gargalhadas sincronizadas. A casa está arrumada, ainda é cedo para o jantar. Sento-me no sofá de livro na mão e preparada para uns minutos de leitura. A M. está ao meu lado, com o tablet. Levanta-se e sai. Volta passado uns minutos, com um livrinho na mão. Senta-se ao meu lado, põe as pernas cruzadas como as minhas e diz: momento de leitura das meninas! Abre o livro e sem mais, fica a observar a história. Minha doce menina. A aprender pelo exemplo.

Lógicas imbatíveis

-Mãe, sabias que no Brasil há bonecos que mexem sozinhos, à noite? -uhmm, não, Henrique. Isso não existe. São efeitos especiais que as pessoas fazem...  - oh mãe, eu vi! - sim, mas são montagens... os seres não vivos não se mexem sozinhos. - olha tu também nem sabes tudo! Há coisas que mexem sim senhor! Olha ali o cortinado! Está vento por isso mexe! E é ser não vivo!  Inspira... expira... inspira... expira...

Esta pequena promete...

- Mãe! Mas tu queres que o meu cabelo se estrague? - pergunta a minion enquanto foge do secador com que tento secar-lhe os cabelos. Volta com o spray de proteção térmica - Não disseste que isto era para o cabelo não estragar com o secador? Mãe tontinha!!! Pois... é isso, filhota... é a mãe que é tonta, não és tu que estás demasiado avançada... 😂

Anna com E- a última série-em-série que devorei

Se há coisa que aprecio nos novos streamers de séries e filmes, è ter à disposição seasons completas para poder ver em modo maratona. Anna com E foi a minha última descoberta, há duas semanas... Baseada no livro Anne de Green Gables, por L. M. Montgomery, esta série transportou-me à minha infância,  aos desenhos animados da Ana dos cabelos Ruivos e mais tarde a série dos anos 80, Ana do portão verde . A versão da Netflix está adorável. Uma série para “ver a comer pipocas” de uma simplicidade e um nível de emotividade maravilhosos. Além da trama principal em torno da órfã adotada por Mathew e Marilla, são abordados temas da época como a discriminação social, de género, de raça. Os diálogos e as cenas abordam com alguma leveza as situações vividas no início de século e deixam o espectador em modo reflexivo para questões sérias e que tiveram um impacto enorme na sociedade norte americana. Especialmente a season 3, onde se explora a questão da falta de direitos das mulheres e os

Avós com açúcar

Não há palavras que exprimam o que o coração sente. Apenas palavras que imitam o sentimento... Não inventaram ainda uma cor que ilustre  o brilho da alegria ou o  cheiro que perpetue a doce presença de quem amamos... Mas encontro-te. E retenho com toda a força, a tua presença.  No cheiro da roupa lavada, acabada de engomar... nos refogados pungentes que enchem o olfato. - o segredo é o cravinho, mas pouco senão é venenoso...  Sinto-te em cada vaso florido, frondoso, regado. -se falares com as plantas elas crescem mais viçosas... Vejo-te em mil memórias de infância. E penso nas tuas mãos... tenho pensado tanto nas tuas mãos...  Gosto tanto delas. Coisas banais... em que não se pensa nunca, mas quando pensamos se tornam eco persistente... As tuas mãos pequeninas e delicadas que me aconchegaram tantas vezes em criança... mãos que adoro sentir entre as minhas, sempre macias, sempre quentes. Eu sou um Ser de pensar, de lembrar, de tirar prazer nas coisas boas vividas.

Maggie e o eterno feminino

Hoje a M. pediu para trocar os brinquinhos.  Fui buscar a caixa onde estão as suas estrelinhas, corações, unicórnios e coisas mimentas.  -Não mãe. Eu quero uns brincos de pérola! Senti uma pontada de embevecimento. Sou eu quem usa pérolas. Na maioria dos dias, na maior parte dos acessórios.  - Ela "vê-me"... Ela quer ser como a mamã. - penso enquanto me dirijo às minhas coisas. Sentamo-nos as duas em cima da cama, e delicio-me enquanto a vejo deslumbrada com as dezenas de brincos, colares, fios, pendentes, aneis e ganchos que vai retirando cerimoniosamente dos compartimentos.  Delicio-me com os seus comentários sobre o que mais gosta e o que quer usar quando crescer.  Chegamos à gavetinha dos brincos de pérola e vejo o seu ar fascinado de menina que achou um tesouro. Devemos ter estado ali uns 20 minutos. A namorar bijuteria... E dou comigo a pensar: Então é isto ser mãe de menina...  Escolhidos os brincos arrumámos tudo, não sem antes ela escolher os que de